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Série Gente que acredita no turismo - do Jornal Opinião - Parada Toigo

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A vontade de se tornar empreendedor turístico acompanha Sidi, como também é conhecido, desde que começou a ajudar os familiares na recepção aos fiéis na Gruta. O local, que recebe anualmente milhares de turistas, pertencia ao trisavô dele, Angelo Toigo, um dos pioneiros da região. "Eu cresci trabalhando na Gruta. Ainda hoje cuido do Parque, recolho folhas, planto grama e conduzo os visitantes", diz Sidnei, que também é funcionário da prefeitura.

Há seis anos, ele e a esposa Sirlei foram alunos de um curso para jovens empreendedores em Lajeado. Uma das tarefas de sala de aula era montar uma empresa e apresentar resultados. "Fizemos nozes carameladas, licores, amendoim. E eu comercializava na cidade, vendemos tudo", comenta Sidi. "Nesse momento despertamos para iniciarmos nosso próprio negócio", acrescenta Sirlei.

O começo

De início, Sidi pensou em investir na propriedade dos pais e transformar um velho casarão numa cantina. Depois decidiu aplicar R$ 80 mil na compra de uma área de três hectares e mais R$ 80 mil nas obras de reforma da casa de dois pisos. Duas arquitetas de Roca Sales, Daniela Vescovi e Carol Pozzoco, assinaram o novo projeto. "Era uma residência de 25 anos, abandonada, precisávamos fazer um trabalho padrão", explica. O local ainda hoje preserva um pedaço da taipa construída no começo do século passado. "Minha intenção é organizar uma trilha no mato em direção ao Moinho Vicenzi e disponibilizar passeios a cavalo. Quero, no futuro, que os turistas permaneçam o dia inteiro aqui, fazendo turismo rural, será mais rentável". O projeto final é que tudo esteja em funcionamento em até três anos.

A Parada Toigo começou as atividades em 11 de dezembro de 2011. Todas as visitas são registradas em um livro, que serve de base importante para as ações da Associação dos Municípios de Turismo da Região dos Vales (Amturvales). O primeiro cliente foi Dione Werner, de Farroupilha. Hoje, a lista preenche várias páginas, com nomes oriundos de diferentes partes do Estado, do Brasil e até do exterior, como Itália, Argentina, Peru e Bolívia. "De 10 turistas que vão para a Gruta, cinco param aqui", revela.

Porão reformado

Na parte superior da casa, Sidi construiu uma tenda que comercializa produtos coloniais como vinhos, erva-mate, nozes, mel, geleias, chimias, pães, bolos e até cosméticos. Além de disponibilizar vários fôlderes sobre os roteiros turísticos da região. Ao lado, fez um tipo de varanda com mesas para os visitantes. No porão, a transformação foi geral. O empresário organizou o espaço com capacidade para 46 pessoas. A ideia é atender excursões e servir um café colonial por encomenda. "Ainda estou montando o cardápio, mas quero incrementar com polenta brustolada e galinha recheada no forno".

Peças antigas, entre elas, um aparelho de rádio, rodas de carroça e uma máquina de costura, decoram o ambiente. A ideia foi torná-lo parecido com os porões em estilo italiano do passado. A madeira utilizada para a fabricação de alguns móveis foi reaproveitada. Sidi comprou uma casa de 70 anos em Ilópolis e com o resto das tábuas demolidas fabricou mesas, aberturas e o balcão da pia do banheiro. "Gosto de restaurar objetos antigos, agora estou reformando uma mesa de 110 anos", conta. Com o que sobrou da madeira vai construir uma Casa da Árvore para as crianças brincarem.A planta ele já escolheu, uma enorme guabiroba, há poucos metros da casa. Ele também pretende organizar uma sala em separado, com sofá e televisão, para receber turistas que prefiram um local mais reservado.

Forno para aquecer água

Sidi investiu R$ 10 mil na construção de um forno a lenha com serpentina que aquece toda a água distribuída na Parada. "A minha propriedade é sustentável, não uso energia elétrica para tomar banho, a nossa água já sai das torneiras quente", conta. "Acendo o fogo uma vez por semana e tenho água quente para a semana inteira. Custa caro, mas é um investimento que se paga".

O forno de barro instalado no fundo da casa também garante pães deliciosos, do jeito que era feito no passado. "Muitas pessoas que nos visitam ficam encantadas quando dissemos que utilizamos fermento caseiro. É um detalhe que fizemos questão de falar, os turistas gostam disso", comenta Sirlei. Sucos naturais, principalmente, de uva e de maçã são bastante solicitados. Tudo pode ser feito na hora.

Casados há oito anos, Sidnei e Sirlei tem duas filhas: Ana Luiza, de seis anos, e Manuela, de sete meses. Quando o movimento é maior, os dois contam com a ajuda de familiares para atender os clientes.

Centro de informações

A turismóloga da Amturvales, Lizeli Bergamaschi, comenta que a família Toigo despertou para o turismo em função da grande visitação de turistas na Gruta. "O casal sempre realizava cursos de qualificação para atender bem os visitantes, pensando também em abrir o próprio negócio. Hoje, com o empreendimento em pleno funcionamento percebe-se o quanto auxilia os turistas, pois serve como um centro de informações, venda de produtos coloniais oriundos da própria propriedade, além do porão com infraestrutura para servir um delicioso Café Colonial. Isso representa que o investimento realizado deu certo e demostra cada vez mais a satisfação e o sucesso constante desse empreendimento", avalia.

Confira o Especial em: WWW.OPINIAOJORNAL.COM.BR

TEXTO/FOTOS: DIOGO DAROIT FEDRIZZI/JORNAL OPINIÃO

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