Segundo levantamento do Ministério do Turismo, conforme pesquisa realizada a pedido de GZH, o Rio Grande do Sul é a segunda maior porta de entrada de turistas estrangeiros no Brasil. No primeiro semestre de 2023, 24,2% do total de viajantes ingressaram no país pelo território gaúcho. Em primeiro lugar, São Paulo recebeu 32,1% dos turistas e na terceira posição, o Rio de Janeiro com 18,6%.O motivo para essa colocação reflete na localização geográfica do Estado e um hábito sazonal dos turistas. O Rio Grande do Sul é corredor de veranistas hermanos, por fazer fronteira com a Argentina e o Uruguai, com destino às praias de Santa Catarina.
Para o vice-presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens, Abav, João Augusto Machado, a frequência com que esses turistas passam pelo Estado no verão, justifica o volume nos primeiros meses de 2023. Para Machado, a redução de voos no aeroporto Internacional do Galeão, no Rio, também é motivo para o Estado estar à frente de um dos principais destinos turísticos do país. No ano passado, o Estado ficou atrás de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná, com 13% dos acessos. “No centro do país, os estrangeiros estão chegando por São Paulo e depois fazendo a ponte aérea até o Rio. Aqui, o desafio que temos é reter os estrangeiros no Estado e os brasileiros na Capital ", comenta Machado.
Com o intuito de fazer com que os turistas permaneçam mais tempo no Rio Grande do Sul, a Secretaria Estadual de Turismo lançou um plano de ação junto ao acendimento da Chama Crioula, dia 18 de agosto, em Cristal, no Sul do Estado. Na oportunidade foram serão apresentadas rotas turísticas temáticas como a Rota do Chimarrão, a Rota do Churrasco e a Rota Farroupilha.
Para o secretário estadual de Turismo em exercício, Luiz Fernando Rodriguez, é hora de resgatar o potencial dos Centros de Tradições Gaúchas, CTGs além de aproveitar a posição estratégica entre Argentina e Uruguai.“Nós exploramos pouco a imagem do gaúcho. Queremos reposicionar esse patrimônio cultural a partir do ponto de vista turístico. Nossa meta é reter aqui por três a cinco dias quem está de passagem para Santa Catarina. Já quem vem nos visitar esperamos que fiquem por um período de oito dias”, afirma Rodriguez.
Conforme o Ministério da Justiça, há um outro fenômeno em andamento: a migração provocada pela crise econômica. O número de argentinos que pediram residência no Brasil foi recorde em 2022. No total, 6.601 cidadãos do país vizinho oficializaram sua permanência por aqui, o maior número na série histórica começada em 2010. Dados do Observatório das Migrações Internacionais revelam um aumento de 82% em relação a 2021.