Do Informativo do Vale
O Caminho dos Moinhos, roteiro turístico que busca preservar o patrimônio histórico e cultural de seis antigos prédios da região alta do Vale do Taquari, já movimenta os municípios de Ilópolis, Arvorezinha, Putinga e Anta Gorda. Atualmente, as principais atrações para os visitantes são o Moinho Colognese, que foi totalmente restaurado, e o Museu do Pão, o primeiro das Américas, situados em Ilópolis. Para viabilizar a continuidade da preservação das demais edificações e fomentar o turismo, a Associação dos Amigos dos Moinhos do Vale do Taquari (AAMoinhos), Univates e as prefeituras firmaram uma parceria.
Por meio do curso de Arquitetura e Urbanismo, o centro universitário tem a responsabilidade de fazer o levantamento arquitetônico dos prédios. O trabalho, conforme o coordenador da iniciativa, professor Augusto Alves, começou pelo Moinho Marca, de Putinga, construído na década de 1950. A edificação em alvenaria fica a cerca de três quilômetros da sede da cidade e próximo do local onde caiu o famoso meteorito. No local, Alves e os bolsistas Simone Lassen e Guilherme Gerhard fazem há cerca de três meses um amplo levantamento fotográfico e da atual conservação do espaço. A pesquisa, que está sendo terminada, erá encaminhada para o Escritório Brasil Arquitetura de São Paulo, responsável pela execução dos projetos.
Reunião
O mesmo escritório, encabeçado pelos arquitetos Marcelo Ferraz e Francisco Fanucci, já trabalha no projeto executivo de restauro do Moinho Castaman, de Arvorezinha, e na captação de recursos para as obras. Na próxima segunda-feira, às 19h, a equipe da Univates vai se reunir com representantes da Administração Municipal de Putinga e a AAMoinhos para apresentação do material coletado sobre o Moinho Marca. Na ocasião, explica Alves, também deve ser definido o próximo moinho que vai passar pela avaliação minuciosa. O coordenador do projeto reforça que a intenção do convênio atende ao apelo dos municípios e da AAMoinhos de dar continuidade ao levantamento e restauro dos demais engenhos para que o patrimônio histórico não desapareça e seja integrado à vida da comunidade como elemento vivo da sua cultura.
Integram o roteiro
Moinho Colognese - Ilópolis
Imponente prédio de madeira de quatro andares foi construído em 1917. É o primeiro do roteiro a ser restaurado. A farinha produzida no lugar serve de matéria-prima nas aulas ministradas na Oficina de Panificação. E o resultado pode ser degustado pelos visitantes na cafeteria que funciona em um anexo construído.
Moinho Marca - Putinga
O empreendimento surgiu na década de 1950 por meio de um sistema cooperativo. Quatro anos depois o negócio já tinha a participação de 400 sócios. Os bons tempos duraram até a década de 80, quando as atividades foram encerradas. Em 86, Arlindo Cosseau arrematou o moinho em leilão público e em 91 ele passou a pertencer a Arquimedes Marca.
Moinho Castaman - Arvorezinha
Os alicerces de pedra do moinho datam do ano de 1947. A primeira reunião com a comunidade para tratar do restauro do local ocorreu em 2001. Estagiários de Arquitetura e Urbanismo trabalharam no levantamento de dados e, atualmente, o Escritório Brasil Arquitetura de São Paulo trabalha no projeto executivo de recuperação do moinho e na captação de recursos para as obras.
Moinho Fachinetto - Arvorezinha
A construção do prédio teve início em 1947. No auge das atividades, a matéria-prima (trigo, milho e arroz) provinha de várias localidades do alto do Vale do Taquari e da Serra do Botucaraí. De 1972 a 1999, o empreendimento foi administrado pela Cooperativa Agrícola Soledade. Atualmente, Claudir Fachinetto é responsável pelo negócio.
Moinho Vicenzin - Anta Gorda
Construído em 1930 pelos irmãos Miotto, o prédio foi adquirido em 1964 por Olívio Vicenzi. O estabelecimento se manteve em atividade até 1991. Em 2004, os filhos de Vicenzi assumiram a administração do patrimônio. A moagem da farinha de milho foi retomada em outubro do mesmo ano, mantendo-se ainda em atividade.
Moinho Dalle - Anta Gorda
Giuseppe Bortolanza construiu o moinho em 1919. Sete anos depois, o negócio foi sendo administrado pelos irmãos José e Theobaldo. José Dalle assumiu o complexo a partir de 1967. Com seu falecimento, em 1980, os filhos passaram a gerir o complexo. O moinho continua em atividade.