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Geração de renda: Erva-mate e cana-de-açúcar despontam no Vale

Cana-de-açúcar e erva-mate, culturas que mais cresceram em 2007, ajudam a manter famílias na produção rural

Danton Boattini Júnior

www.informativo.com.br

Colaboração

: Carine Schwingel

Os produtores rurais da região optaram, nos últimos anos, por culturas rentáveis e resistentes às adversidades climáticas. É o caso da cana-de-açúcar e da erva-mate, cujas produções no Vale do Taquari aumentaram em 51% e 30%, respectivamente, no ano de 2007. Os números foram divulgados nesta semana pelo Banco de Dados Regional (BDR) da Univates. Graças a esses cultivos, famílias de agricultores estão garantindo sua permanência no campo.

Morador de Linha Quitéria, interior de Ilópolis, Fabiano Antônio de Paris (33) já foi de tudo: garçom, motorista, ferreiro, carpinteiro e pedreiro. Mas a tão sonhada independência financeira veio com o cultivo do produto-símbolo do município, a erva-mate. Após trabalhar como tarefeiro (como é chamado quem recolhe a erva), ele se afastou das lavouras e retornou há quatro anos. ?Percebi que a agricultura tinha jeito se fosse planejada e consorciada, e não dedicando-se a uma cultura só?, define.

Com o dinheiro ganho na lavoura, o agricultor conseguiu construir uma casa, onde vive com a mulher o filho. Para garantir a rentabilidade, no entanto, muita pesquisa foi necessária. De Paris desenvolveu um sistema próprio de adubação, visando maior produtividade. ?Em apenas quatro anos consegui garantir essa rentabilidade, sendo que normalmente isso leva dez anos?, calcula.

Cana-de-açúcar aumenta renda

Em meio ao canavial de quatro hectares, Ildo Fronchetti (45) não sente saudades do tempo em que plantava apenas milho e soja. O cultivo da cana-de-açúcar e a produção artesanal de cachaça lhe garantem um rendimento até 500% maior. ?É uma coisa trabalhosa, não é fácil, mas não dá para comparar a rentabilidade?, define o agricultor. Os vizinhos da localidade de Linha Fernando Abott, interior de Roca Sales, pensam da mesma forma. Em um espaço de dez quilômetros, quatro alambiques podem ser encontrados.

A produção roca-salense de cana-de-açúcar deu um salto em 2007: passou de 1,2 mil tonelada, no ano anterior, para 12,7 mil toneladas. A busca por uma atividade rentável e mais resistente às intempéries motivou a adesão dos agricultores do município. ?É uma alternativa bastante procurada por ser natural?, afirma o secretário de Agricultura do município, Ivair Zanchetti. De acordo com ele, a área plantada está em crescimento na região alta do Vale. A cana-de-açúcar é destinada principalmente à produção de cachaça, rapadura e açúcar mascavo.

Utilizando apenas adubo orgânico, Fronchetti tem um custo baixo com a produção - o que aumenta a rentabilidade em relação a outros tipos de cultivo. ?Plantava milho e soja, mas não dava para sobreviver?, recorda. ?Hoje posso dizer que acertei?, comemora. A produção anual de cachaça chega a dez mil litros, vendidos pelo próprio agricultor. Além disso, segundo ele, a lavoura de cana-de-açúcar é mais resistente às adversidades climáticas, em especial a estiagem e a queda de granizo.

Cidade da Erva-Mate

De todas as propriedades rurais existentes em Ilópolis, apenas cinco não trabalham com erva-mate. Isso explica por que o município, situado na parte alta do Vale do Taquari, duplicou a produção entre 2005 e 2007. Dos quatro mil habitantes, mais da metade está envolvida diretamente no cultivo. ?O nosso solo é um dos melhores, e a erva-mate se adapta bem ao tipo de manejo que é feito aqui?, justifica o técnico agropecuário Jurandir José Marques, do escritório municipal da Emater/RS-Ascar.

De tão adaptado ao município, o principal produto de Ilópolis acaba alavancando não apenas a agricultura, mas também o turismo. ?Há um planejamento para fazermos uma rota dentro das propriedades, para que os turistas possam conhecer a produção?, revela Marques. Outra iniciativa com o mesmo objetivo é a Turismate, evento que ocorre a cada dois anos e que em novembro de 2009 chega à quarta edição.

Para incrementar ainda mais a produção, algumas medidas estão em estudo. Uma delas é o adensamento da área plantada, visando aproveitar da melhor forma possível o solo. Outra ideia é manter os produtores bem informados. ?Nossa proposta é lançar até março um fôlder explicativo, com informações que vão desde a escolha da planta-mãe até a chegada da erva-mate à agroindústria, além de cursos no interior para capacitar o produtor cada vez mais?, explica o técnico.

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