As oportunidades de negócios que virão junto com a Copa do Mundo de 2014 foram discutidas na tarde desta terça-feira, dia 10, pelos empreendedores do Vale do Taquari. O evento, que fez parte do programa Sebrae 2014, reuniu mais de 100 pessoas entre proprietários de estabelecimentos comerciais e lideranças locais, na Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil). O gerente do Setorial de Comércio e Serviços do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/RS) Vales do Taquari e Rio Pardo, Rodrigo Farina Mello, a consultora do Sebrae/SC, Sara Albrecht, e o jornalista esportivo, Pedro Ernesto Denardin, comandaram os trabalhos durante o seminário.
Em sua fala, Rodrigo Farina Mello alertou os empreendedores com relação a gestão da marca "Copa do Mundo" que, para a Fifa, é prioridade. Além disso, o órgão protege os direitos de seus patrocinadores, pois, "somente eles podem aparecer nas áreas oficiais e nos estádios", explicou. Mello apresentou todas as imagens e logomarcas que são proibidas de serem veiculadas por empresas e estabelecimentos, com exceção de fins editoriais, e quais podem ser exploradas. "Temos que ter todo o cuidado possível com esta questão para evitarmos problemas desta ordem com a Fifa", alertou aos empresários. O gerente também citou oportunidades de negócios nos principais setores afetados pelo evento: Construção Civil, Tecnologia da Informação, Madeira e Móveis, Comércio Varejista e Turismo.
A consultora do Sebrae Santa Catarina, Sara Albrecht, focou sua palestra no tema: A Copa do Mundo nas cidades de interior?. Segundo Sara, as razões que levam o turista de copa às pequenas cidades resumem-se em quatro pontos principais: a proximidade com a cidade-sede, o diferencial, os preços e os produtos de qualidade. "O Brasil está muito caro. Se não trabalharmos bem este aspecto, os turistas irão optar por conhecer Buenos Aires, na Argentina, a ficar em nosso País", alertou. Os números do receptivo internacional mostram isso. "Enquanto os nossos vizinhos, cujo território total equivale a um terço do brasileiro, recebem por ano 5,2 milhões de turistas estrangeiros, o Brasil fica atrás com 5,1 milhões".
Conforme a consultora, além do preço, outros motivos como o medo, a desconfiança e a falta de informação impedem que mais turistas visitem o Brasil. A Copa do Mundo será a grande e a melhor oportunidade que o País terá de mudar esta percepção "e se estivermos bem preparados conseguiremos abrir definitivamente o Brasil para o mercado internacional". A região do Taquari, pela proximidade com Porto Alegre, pode lucrar muito com o evento.
O boca-a-boca e as Redes Sociais
Para Sara Albrecht três fatores são imprescindíveis para atrair os turistas: segurança (estabelecer relação de confiança), idiomas e divulgação. "Estudar o idioma do público que virá para cá e um pouco da história do país, os costumes e hábitos é essencial para construir uma relação de cumplicidade e torna-se importante para o marketing boca-a-boca. O turista volta falando bem e, dessa forma, estimula que outras pessoas visitem o Brasil.
Para tornar-se conhecido, as empresas precisam estar na vitrine. A internet e as redes sociais são um caminho sem volta. Sara deu exemplos de iniciativas baratas e que podem contribuir muito para a divulgação do negócio. "Vídeos de três minutos com pouco texto e muita imagem, com possibilidade de tradução para o inglês e o espanhol fazem toda a diferença e não custa caro. Quando o turista acessa o site de uma empresa e há a possibilidade de navegar em sua língua, as possibilidades de visitação aumentam consideravelmente", afirmou.
Os números da Copa
"O esporte tem o poder de inspirar e unir as pessoas", com uma frase de Nelson Mandela, o narrador titular da Rádio Gaúcha e jornalista esportivo, Pedro Ernesto Denardin, iniciou sua fala. Os números destacados pelo profissional deram uma noção da repercussão que a Copa do Mundo no Brasil terá em todo o mundo. Somente os profissionais da imprensa mundial totalizarão 40 mil visitantes. No Rio Grande do Sul, a estimativa é que oito mil jornalistas circulem durante cerca de 45 dias. As empresas também podem aproveitar este público para divulgar o Estado. "Trazendo esses jornalistas para conhecer o Vale do Taquari pode-se obter uma grande divulgação da região porque, além de transmitirem os jogos, muitos profissionais vêm com a missão de mostrar como vive o país, os moradores das cidades-sede e das cidades ao redor, como são os costumes, a culinária, enfim, o dia-a-dia do brasileiro está em evidência em 2014", sugeriu.
Conforme dados trazidos pelo jornalista, com base em estudos da Fundação Getúlio Vargas, 6 milhões de estrangeiros, por ano, devem visitar o País até 2014, sendo que 600 mil devem vir especificamente para o evento esportivo. Denardin acredita que este número seja maior e atinja 1 milhão de turistas durante a Copa. Quinze dias é o tempo médio que cada turista ficará no País, gastando uma média de 10 mil dólares. Com relação aos reflexos econômicos, serão injetados R$ 155,7 bilhões e 3,6 milhões de empregos serão gerados. Destas, 1,2 milhões serão no setor de serviços, movimentando R$ 32,5 bilhões.
O narrador também citou pontos que ainda devem ser melhorados no país para receber os jogos. Um deles é a comunicação ? implantação do sistema 4 G, uma exigência da Fifa que deverá ser atendida. "Este também será um dos legados que os jogos deixarão para o Brasil", disse. Os outros são: divulgação, infraestrutura e mobilidade urbana e internet e telefonia. "Já foram investidos no país cerca de R$ 25 bilhões e mais recursos serão destinados para essas melhorias. Para se ter uma ideia, na áfrica do Sul, as aplicações nestas áreas totalizaram 7 bilhões de dólares.
O evento, articulado pela gerente do Sebrae VTRP, Liane Klein, e pelo presidente da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços do Vale do Taquari(CIC-VT), Oreno Ardêmio Heineck,contou com apoio da Acil e da Associação dos Municípios de Turismo da Região dos Vales (Amturvales).
Fonte: Assessoria de imprensa Sebrae/RS
Foto: Leonardo Girelli