Por Heron Vidal, do Correio do Povo
Revestida com 30 toneladas de ametistas no seu interior, a Igreja Matriz São Gabriel vai chamar atenção, talvez, do mundo. No próximo dia 28, o templo religioso singular será inaugurado. Por ser uma obra única, pelas suas características ornamentais, a igreja transformara o município de Ametista do Sul, onde se localiza, numa referencia turística no Rio Grande do Sul. E a obra já é uma ancora do novo traçado lançado nesta semana em Porto Alegre: a Rota das Gemas & Jóias. São 460 quilômetros de percurso por sete municípios. Esse itinerário foi apresentado ao mercado turístico de São Paulo.
No RS, o parque industrial de lapidação e joalheria responde por 20% das exportações de jóias e gemas do Brasil. O seu faturamento anual, estimado, ainda é pequeno ? entre 47 e 60 milhões de dólares. Atuam no setor 600 empresas, maioria pequenas e medias. Mas agora toda essa estrutura e os seus municípios vinculados contam com o reforço do turismo profissional. Organizado pelo consultor do Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM) e do Sebrae, Carlos Augusto Silveira Alves, o roteiro levou seis anos para ser elaborado. Porto Alegre integra a Rota das Gemas & Jóias como centro distribuidor de turistas. No perfil temático estão Estrela, Guaporé, Lajeado, Soledade, Frederico Westphalen e Ametista do Sul, este o mais distante da Capital, a 450 quilômetros. Participaram do trabalho a Secretaria Estadual do Turismo, o Ministério do Turismo, o Sebrae, o governo do RS e a Associação dos Municípios de Turismo da Região dos Vales (Amturvales), entre outras entidades, afirma o professor de Marketing da Universidade Regional Integrada do Alto Taquari e das Missões (URI), Alberto Freo, também batalhador pela Rota.
Ao longo do percurso, os turistas encontrarão jóias, gemas, gastronomia e cultura com toda a infra-estrutura. O trade turístico do Rio Grande do Sul (hotelaria, gastronomia, locação de veículos, empresas de entretenimento, eventos e agentes) prestigiou o lançamento realizado no auditório do Centro Administrativo Fernando Ferrari., em Porto Alegre. Na avaliação de Silveira Alves, o importante é a profissionalização. Até então, os municípios atuavam isoladamente. No entanto, resolveram unir forcas. A governança é da Amturvales. Todos os agentes envolvidos na dinâmica da Rota estão empenhados, prioritariamente, na qualificação. Ela inclui desde o atendimento do visitante, ao nível do artesanato, das apresentações culturais, da gastronomia e, principalmente, do aprimoramento dos demais produtos. Três operados de turismo (Fellini, Rota Cultural e Imitur) já prospectam mercado.
De acordo com Alberto Freo, a Rota das Gemas & Jóias será ?vendida? no exterior, com destaque aos paises da Europa, Estados Unidos e Ásia. No primeiro ano, a expectativa é de que o evento atraia 5 mil pessoas no roteiro completo.
Beleza das pedras é pilar da economia
No circuito de gemas e jóias, há diversos municípios do Rio Grande do Sul com características peculiares e importantes. Porto Alegre detém expressivo comércio de objetos de decoração e jóias. Alem disso, o Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS cumpre seu papel no sentido de abordar o assunto com base cientifica, mas de forma acessível. Frederico Westphalen, por sua vez, contribui com a única mina de calcita do mundo, como assinalou o professor Alfredo Freo.
Já Ametista do Sul, na região Noroeste do Estado, cidade onde localizam as maiores jazidas dessa pedra no planeta, é definida como a capital mundial da ametista. Soledade sedia o maior centro de comercialização de gemas da América Latina. Lajeado apresenta ampla oferta relacionada ao uso terapêutico de pedras, como massagens e banhos. No município também encontram-se jazidas de ágata. Estrela disponibiliza comercio de objetos de decoração. Guaporé é conhecida como grande centro de transformação e produção de jóias folheadas e é parte do roteiro de compras de jóias.