24 de abril: dia do chimarrão
Data celebra a tradição gaúcha
Preparado com erva-mate, água quente, cuia e bomba, o chimarrão é rico em significado cultural e social. Mais do que um hábito, é um verdadeiro ritual entre nós gaúchos, onde cada gole é uma experiência única. Degustado por meio de roda de conversa, com familiares ou até mesmo sozinho, ele serve para o convívio social, momentos de camaradagem e imersão pessoal. O Dia do Chimarrão, comemorado em 24 de abril, é a oportunidade para os amantes da bebida honrarem suas raízes, fortalecendo os laços, compartilhando histórias e mantendo viva a tradição.
Segundo a secretária executiva do Instituto Escola do Chimarrão de Venâncio Aires, Rejane Rüdiger Pastore, foi no ano de 1998 que ela tomou a iniciativa de criar a Escola do Chimarrão. “A escola é um projeto cultural-educacional criado com a finalidade de divulgar os benefícios do Chimarrão, preservar as tradições e o maior patrimônio cultural e símbolo dos gaúchos: o Chimarrão”, conta.
Durante as aulas de chimarrão que acontecem na escola, os visitantes são recepcionados com música e muita informação. “A dinâmica da aula inicia com a mostra dos 36 tipos de chimarrão, destacando alguns que mais despertam a curiosidade. Em poucas palavras, transmito um pouco da história da erva-mate e do chimarrão. Ainda, é realizada a degustação de bolos, chás e outros produtos produzidos com a erva-mate seguido de aula prática”, relata Rejane.
A erva-mate, cuidadosamente selecionada, com sabor amargo e ao mesmo tempo refrescante, é a alma do chimarrão. O ritual do chimarrão começa pelo carinho na preparação. Conforme Rejane, cada um tem um jeito particular de fazer o seu chimarrão. “É bem particular de cada um. Muitos usam o vira-mate. Nós, por exemplo, usamos várias fórmulas, preparamos 36 modelos”, explica.
Já o ato de passar a cuia de chimarrão é um gesto de comunhão, e recusá-lo pode ser um sinal de descortesia. Esse costume, tão arraigado, se mistura às lembranças e tradições do povo gaúcho, fazendo do chimarrão muito mais que uma bebida: é parte de sua identidade cultural. “Quem prepara o mate é quem deve servir para os demais, iniciando pela direita do cevador. Também, deve-se entregar e receber a cuia sempre com a mão direita, além de outras regras de etiqueta a serem seguidas em uma roda de mate”, finaliza.
Seja qual for a forma como você prepara, o importante é saborear o chimarrão até a última gota e ouvir o ronco da cuia.
Saiba como preparar o seu chimarrão em 11 segundos, segundo a Escola do Chimarrão
1- Coloque uma colher de sopa de erva no fundo da cuia
2- Coloque água quente, na temperatura de beber o mate, ou seja, mais ou menos 70º, na quantidade desejada, normalmente até o pescoço da cuia.
3- Coloque a erva-mate sobre a água cobrindo toda a abertura da cuia
4- Empurre a erva-mate com a bomba para a lateral criando um espaço e complete com água
5- Com movimentos laterais leves, introduza a bomba na cuia, segurando-a pelo resfriador
6- Posicione a bomba no mate
7- Está pronto para ser saboreado um delicioso chimarrão
Os dez mandamentos do chimarrão
1) Não peças açúcar no mate.
2) Não digas que o chimarrão é anti-higiênico.
3) Não digas que o mate está quente demais.
4) Não deixes um mate pela metade.
5) Não te envergonhes do "ronco" no fim do mate.
6) Não mexas na bomba.
7) Não alteres a ordem em que o mate é servido.
8) Não "durmas" com a cuia na mão.
9) Não condenes o dono da casa por tomar o 1º mate.
10) Não digas que chimarrão dá câncer na garganta.
Jéssica Koch - Assessoria de Comunicação Amturvales
Foto: Divulgação
Legenda: Escola do Chimarrão de Venâncio Aires ensina mais de 30 formas de preparar a bebida típica do Sul.